
O que te faz brilhar?
O que te faz vibrar, sorrir, brilhar?
É importante termos consciência daquilo que nos faz feliz, aquilo que nos emociona e nos preenche.
Quando expressamos aquilo que nos é genuíno, vivemos com mais alegria e autenticidade… Em alinhamento com o nosso propósito!
Eu própria debati-me muitos anos com a questão do meu propósito de vida. Experimentei muitas profissões desde trabalhar na atividade seguradora, até animadora sociocultural, ou artesã de cosméticos biológicos.
Foi um percurso de subidas e descidas com muitos momentos recompensadores, mas também com muitas desilusões. No fundo, estava a viver desalinhada com o meu propósito, a minha essência, a minha missão.
Foi numa formação sobre empreendedorismo que percebi o caminho que sempre esteve à minha frente e eu não queria ver.
Nessa formação, disseram-me que para estarmos realizados naquilo que fazemos, tínhamos de olhar para as nossas dores, o que nos fez sofrer, que obstáculos ultrapassámos na nossa vida, e transformar isso em algo positivo.
Isso fez-me lembrar uma arte centenária que existe no Japão chamada kintsugi. Esta arte que literalmente significa conserto (tsugi) em ouro (kin), consiste em consertar objetos em cerâmica que se partiram, colando todos os pedacinhos com ouro em pó misturado com um verniz, fazendo com que todas as fendas fiquem douradas. Não é maravilhoso?
O objeto partido acaba por ficar ainda mais valioso depois de consertado e é exibido com orgulho por quem o possui. Cada objeto é único, com uma história única, tornando-o ainda mais precioso. As fendas também são consideradas muitas vezes as cicatrizes do objeto.
Se isto funciona assim para as peças de cerâmica, também funcionará assim para as pessoas. Sim, também para as pessoas! Passo a explicar.
Cada um de nós tem as suas cicatrizes, feridas, dores que muitas vezes tentamos abafar para não ter de as suportar. Isso é compreensível. No entanto, não as podemos abafar para sempre. Essas dores têm de sair para fora e ser valorizadas.
As feridas que possuímos dentro de nós são preciosas e podem ser transformadas em algo que nos faça crescer e evoluir ainda mais como seres humanos. Cada cicatriz que temos faz com que sejamos seres únicos e preciosos para o mundo.
E essas cicatrizes podem assumir diversas formas.
Às vezes, pode ser uma mãe com um filho com uma adição que se voluntaria todos os dias numa associação de apoio a toxicodependentes; pode ser uma mulher que venceu um cancro e torna-se personal trainer; ou até um jovem que foi alvo de bullying no passado e torna-se um escritor que partilha as suas histórias, inspirando outras pessoas.
Posso dizer que no meu caso fui resgatar a minha dor de infância e adolescência em que não tinha autoestima nem me valorizava, para evoluir e transformar-me numa pessoa com mais confiança e determinação, pondo isso ao serviço dos outros através da facilitação de desenvolvimento pessoal.
Estes são alguns exemplos e alguns deles até exemplos extremos. No entanto, as tuas dores e feridas não são iguais às dos outros. São únicas!
Como as poderias transformar e pô-las ao serviço dos outros?
Que cicatrizes tens que podes valorizar?
O que te faz brilhar?
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